OS TEMAS MATERIAIS REPORTADOS PELA VALE S/A APÓS OS ACIDENTES DE MARIANA E BRUMADINHO E A TENDÊNCIA GLOBAL DE RISCOS

Autores

Resumo

O desenvolvimento das organizações tem relação com a sua capacidade de identificar e tratar tempestivamente eventos que afetam suas operações, comprometem seus resultados e imagem, provocando prejuízos e perdas para as partes interessadas. O presente estudo objetiva avaliar o efeito dos eventos de Mariana e Brumadinho sobre a percepção de eventos de riscos pela Vale S/A e a forma de comunicação aos stakeholders, utilizando como parâmetro de avaliação os standards do GRI e comparando os eventos reportados com a tendência global extraída do “Barômetro de Riscos” da Allianz. Foi desenvolvida uma pesquisa exploratória, de natureza qualitativa, através da análise documental, para estudar o caso proposto, realizando o exame dos relatórios de sustentabilidade e relatos integrados da Vale nos anos de 2016, 2017, 2018, 2019, 2020 e 2021, identificando os temas materiais reportados e a forma de reporte, fazendo a comparação com o ranking das ameaças mais significativas, segundo especialistas de riscos ao redor do mundo. A Vale reportou os eventos materiais em cada exercício e observou os standards do GRI e seus relatórios foram certificados, sem ressalvas, por empresas independentes e os temas reportados estão alinhados com a tendência global. Uma abordagem direta sobre a questão das barragens e dos efeitos de seu rompimento somente é percebida a partir de 2020, após o evento de Brumadinho, a companhia passou a assumir compromissos de adequação das barragens a padrões internacionais e desativação daquelas que não puderem ser adequadas, além de medidas diretamente relacionadas com o meio ambiente, biodiversidade e comunidades afetadas. 

Biografia do Autor

  • Guilherme Antônio Machado Júnior, Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado – FECAP

    Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado – FECAP

    Pós-Graduado em Gestão de Riscos e Compliance

  • Eduardo Zacarias da Silva, Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado – FECAP

    Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado – FECAP

    Pós-Graduado em Gestão de Riscos e Compliance

  • José Orcélio do Nascimento, Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado – FECAP Universidade Municipal de São Caetano do Sul – USCS

    Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado – FECAP

    Coordenador dos Cursos de pós-graduação Lato Sensu em Gestão Pública

    Universidade Municipal de São Caetano do Sul – USCS

    Doutorando em Administração  

    Orientador deste projeto de pesquisa.

  • Raquel da Silva Pereira, Universidade Municipal de São Caetano do Sul – USCS

    Universidade Municipal de São Caetano do Sul – USCS

    Professora e pesquisadora nas áreas de Desenvolvimento Sustentável, Sustentabilidade, Responsabilidade Social, ESG, Desenvolvimento Local e Regional. É líder do Grupo de Pesquisa CNPq denominado Gestão para o Desenvolvimento Sustentável.

  • José Olimpio Cardoso Neto, Centro Universitário Assunção- UNIFAI
    Centro Universitário Assunção- UNIFAIDepartamento de Ciências Contábeis

Referências

Allianz Global. (2022). AGSC Company Presentation. https://www.agcs.allianz.com/content/dam/onemarketing/agcs/agcs/about-agcs/AGCS-Company-Presentation.pdf

Assi, M. (2021). Gestão de riscos com controles internos: ferramentas, certificações e métodos para garantir a eficiência nos negócios (2ª ed). Saint Paul Editora.

Baraldi, P. (2018). Gerenciamento de riscos empresariais (3ª ed). Cia do Ebook.

Bernstein, P.L. (1997). Desafio aos deuses: a fascinante história dos riscos (23ª ed). Elsevier.

Bouvard, M., & Lee, S. (2020). Risk Management Failures. Review of Financial Studies, 33(6), 2468-2505. 2020. https://doi.org/10.1093/rfs/hhz115

Câmara dos Deputados. (2019). Rompimento da Barragem de Brumadinho. Comissão Parlamentar de Inquérito. https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/wp-content/uploads/sites/41/2019/11/RELAT%C3%93RIO-CPI-BRUMADINHO.pdf

Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission. (2007). Gerenciamento de riscos corporativos: estrutura integrada - sumário executivo. COSO.

Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission. (2017). Gerenciamento de riscos corporativos: integrado com estratégia e performance. COSO.

Cooray, T., Gunarathne, A. D. N., & Senaratne, S. (2020). Does corporate governance affect the quality of integrated reporting? Sustainability, 12(10), 4262-4292, 2020. https://doi.org/10.3390/su12104262

Costa, M. A. F., & Costa M. F. B. (2019). Metodologia da pesquisa: perguntas e respostas. Amazon Kindle.

Creswell, J. W. (2010). Projeto de Pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto (3ª ed) (M. Lopes, Trad). Artmed.

Gil, A. C. (2009). Estudo de caso. Atlas.

Gil, A. C. (2010). Como elaborar projetos de pesquisa (5ª ed). Atlas.

Global Report Initiative. (2013). G4 Diretrizes para relato de sustentabilidade. https://www.b3.com.br/data/files/E5/F6/1C/E0/5B243510DF0CA135790D8AA8/GRI-G4-Principios-para-Relato-e-Conteudos-Padrao.pdf.

Institute Of Internal Auditors. (2022). Onrisk: um guia para entender, alinhar e otimizar o risco. IIA. http://web.theiia.org/cn/atxbg/OnRisk_2022

Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. (2015). Código das melhores práticas de governança corporativa (5ª ed). IGBC.

International Integrated Reporting Council. (2013). A estrutura internacional para relato integrado. http://www.integratedreporting.org/wp-content/uploads/2015/03/13-12-08-THE-INTERNATIONAL-IR-FRAMEWORK-Portugese-final-1.pdf

Ramos, C. (2018). Gestão de riscos corporativos: Como integrar a gestão dos riscos com a estratégia, a governança e o controle interno? César Ramos & Cia Ltda.

Rudio, F. V. (1999). Introdução ao projeto de pesquisa científica (24ª ed). Vozes.

Steinberg, H. (2003). A dimensão humana da governança corporativa: pessoas criam as melhores e piores práticas. Editora Gente.

Taleb, N. N. (2021). A lógica do cisne negro: o impacto do altamente improvável. Objetiva.

Zhao, H. (2023). Risk management of supply chain green finance based on sustainable ecological environment. Sustainability, 15(9), 7707-7722. https://doi.org/10.3390/su15097707

Downloads

Publicado

2024-10-09

Edição

v. 14 n. 2 (2024):

Seção

Artigos

Licença

Os textos publicados na revista são de inteira responsabilidade de seus autores. Permite-se a reprodução desde que citada a fonte e o autor.